Lá no Céu, Tudo Que Reluz é Ouro

Pr. Leandro Alencar. Col. Adv Maceió


“O seu muro é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido.” Apocalipse21: 18.

Ditados populares têm a sua suprema relevância para nos ensinar valores que nunca devem ser esquecidos. Um exemplo deles é o conhecido ditado “nem tudo que reluz é ouro”. 

Uma situação curiosa ocorreu quando a Família Real Portuguesa estava aqui no Brasil, entre 1808 e 1822. Um ex-escravo havia achado uma grande pedra de diamante que pesava uma libra (quase meio quilo) e tinha uma polegada e meia de diâmetro. Ele foi entregar pessoalmente ao Rei Dom João VI.Após viajar 28 dias na companhia de dois soldados, o Rei acreditou que fosse, de fato, um diamante – o maior do mundo! Então, orientou que a pedra fosse guardada no cofre real do Rio de Janeiro. No entanto, um inglês repórter-viajante-mineralogista, que registrava na época as peculiaridades do território brasileiro, revelou ao Rei que sua grande pedra não passava de quartzo de rocha. O coitado do ex-escravo que ambicionava receber de Dom João uma gorda recompensa, teve que voltar a pé e de mãos vazias para sua casa, que ficava a 1500 quilômetros do Rio de Janeiro.
Imaginar essa situação nos deixa próximos dessa desventura, porém, nos desloca para um lugar aparentemente confortável, onde isso nunca nos aconteceria. Será? É provável que você nunca tenha comprado uma joia cara e tenha se decepcionado ao ser enganado pelo seu reluzir, mas o ditado existe para nos ensinar algo valioso: no mundo muitas coisas, pessoas, prazeres, alegrias e oportunidades brilham como ouro, mas não valem absolutamente nada. Até mesmo coisas boas como o amor verdadeiro, sucesso profissional ou acadêmico, amizades sinceras, se baseados apenas nas expectativas temporais do homem, somente reluzem, nada valem.
Pois o que falar para alguém que foi traído pelo melhor amigo? Para uma família despedaçada pela infidelidade do esposo, que jurou amor eterno à esposa e aos filhos, e permitiu que tudo ruísse por alguns minutos de prazer? Ou até mesmo para aquele cristão sincero, sempre dedicado e temente a Deus que vê a plenitude de realizações fantásticas ocorrendo com todos ao seu redor, enquanto que para si sobram apenas promessas que um dia tudo vai mudar? Ou para uma mãe que precisa, com toda sua competência e zelo, aprontar os cuidados finais para o funeral de sua falecida filha? Essa vida tem a decepcionante mania de reluzir tudo como ouro, e então o mundo dá de troco apenas moedas de decepção, tristeza e saudade.
Enquanto você depositar nesse mundo suas expectativas de uma vida melhor e plena, é provável que um dia você padeça do execrável destino de se decepcionar com o ouro que reluziu, pois o resultado de confiar nas alegrias momentâneas de uma vida longe de Deus é desfrute sem medida das cinco trágicas consequências do pecado: lágrimas, morte, pranto, clamor e dor.
Impressiona-me ler a descrição da Santa Cidade que Deus prepara para nós no Céu. Apocalipse 21 e 22 descreve-a em seus pormenores. O início dessa tão sagrada exposição, logo após dizer que ela vem do Céu e Deus estará nela, são as palavras benditas de Nosso Deus deixando claro que no Céu esse “quinteto de maldades”, que desfrutamos aqui, não mais existirá: E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas (Ap. 21:4).
Nessa cidade, preparada com tanto esmero pelo Criador do Universo, tudo que reluz é ouro. As amizades serão genuínas; o amor será verdadeiro; a saúde será inabalável; as alegrias serão constantes; a adoração será ininterrupta; a plenitude será pra sempre; e a vida será eterna.